domingo, 29 de abril de 2012

D - E - A - F#

Em meio a toda essa chuva
Consigo sentir todo calor
Que vem da minha mente
Reprimindo todo frio

Chuva no telhado e no meu cérebro
Virando um turbilhão de pensamentos
Minhas idéias derramam
Inundando todo meu quarto

Eu tentei ser perfeito
Eu queria tudo perfeito
Mas tropecei no caminho
E perdi uns 10 anos

Sentindo os pingos gelados
Percebendo todos movimentos
Da água ao meu redor
E minha vida indo pro ralo


Domingo no quarto

Nunca encontrei alguém
Que se jogasse como você fez
Mergulhou de cabeça em mim
Me fez completo, me realizou

Busco sempre algo
Pra preencher
O buraco na minha alma
O que encontro são pedaços
Pequenos demais para preenchê-lo

Carros correndo, vidas em jogo
Na grande roleta russa da vida
Estou lá no meio
E corro pra valer


Karyni

Diga-me como se sente
Traída? Usada?
Diga-me como se sente
Abandonada? Arrependida?

Vivemos nessa escada rolante baby
Não adianta subir na direção contrária
Por mais que você tente lutar
Uma hora vai subir ou descer

Me acompanhe, vamos subir
Lá em cima tem bebidas e coisas felizes
Quero te mostrar os prazeres da vida
Não tenha medo, se jogue.




quinta-feira, 26 de abril de 2012

Solidão

Acho que esse não é mais meu lugar
Na verdade acho que ele não existe
Todas estradas sempre parecem ter um fim
E eu nem cheguei a me cansar
Encontrei um dia um velho
Barba branca, curvado pelo tempo
Dizia ele que sempre viveu correndo
Fiquei com medo, não quero acabar desse jeito
Corda bamba todos os dias me enjoa
Quero encontrar minha alma
E juntar ao meu corpo
Para enfim sentir prazer
Com amor, dor, paixão
Viver intensamente todos os dias
Como se fosse o último suspiro
Beber, comer e respirar cada momento
Mostrar-me a todos com um sorriso.

domingo, 22 de abril de 2012

Tédio em sala de aula

Tudo calmo, 6 da manhã
Coloco meu chinelo e faço um café
Acendo um cigarro, observo o tempo
Está frio, nublado, tempo perfeito

Caneta, lápis, café, mente vazia
Meu primeiro desenho é um palhaço triste
Sentado na sarjeta, maquiagem borrada
Roupas que um dia foram coloridas, manchadas

Ninguém o vê, ninguém se lembra
Do quanto ele alegrou suas inúteis vidas
Hoje ele está largado mas ninguém se importa
Afinal, com o que você se preocupa
Além de você mesmo?


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Não é o rosto bonitinho na multidão

Vamos acreditar mais em nós mesmos
Vamos lutar pela porra da liberdade
Vamos correr atrás dos nossos sonhos e desejos
Nem que alguém diga que não vamos conseguir.

Ontem eu sonhava em estar liberto
Hoje olho ao meu redor e percebo
O quanto cada vez mais me prendo a mim mesmo
E o quanto não estou lutando para sair dessas algemas

Momentos de sol e chuva
Tristeza, alegria, nostalgia
Quero levantar todos os dias e conseguir sorrir
Quero fazer algo que eu goste e que faça diferença

Terça-feira, e as coisas ruins continuam.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Leveza do ser

Correndo atrás da própria sombra
Cortando os pés nessa estrada de espinhos
Logo ali tem um rio, vou poder nadar
E mergulhar em profundo desprezo
Pensando que isso será um alívio

Longe, longe, sinto tudo isso
É quase uma sintonia perfeita
Gerando raios imensos de ódio sobre nós

Garrafa de whisky barato na mesa,
Violão jogado na cama
Fios, lixo, roupas
Copos sujos, livros, café

Vou até a cobertura do prédio
Tiro toda minha roupa
E me jogo no ar, são 35 andares
Só assim posso dizer
Que estou realmente livre,
Nem que seja até atingir o solo.

Pode me dizer o que vem depois?

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Uma pequena pitada de sal

     Dois anos que se passaram em 2 dias. Lembro como se fosse uma filme que estivesse passando aqui na minha frente, agora. Começamos escondidos, uma noite na taberna real, você usou a desculpa que tinha bebido muito vinho, mas eu gostei muito.
     Um mês depois, lá estava eu, de frente com a rainha e o rei, pedindo a mão da princesa em namoro. Eu tinha a impressão de que a rainha era uma bruxa má, mas todo esse conceito se desfez a minha volta, evaporou. A mulher me provou que era o sonho de qualquer genro, me convidava para as festas da corte e da família real, me apresentando a todos os conhecidos do reino.
     Aquele foi um ano ótimo. Em pleno inverno, eu sempre chegava dos treinos de guerra muito tarde, porém, mesmo sempre cansado e machucado, atravessava a floresta, descia as campinas baixas para chegar ao castelo, e te abraçar, te beijar...
     Hoje, depois de toda dor e tortura sofrida nos campos de batalha, vendo companheiros mortos e sentindo todos os tipos de dores inimagináveis, ainda consigo me lembrar de seu rosto claramente, do toque das suas mãos, do perfume do seu cabelo, se aproximando lenta e suavemente de mim...
     As vezes, em meio a planos e planos de batalha tramados entre os capitães, no meio de palavras como "lança", "cavalos", "espadas", "adagas", "tocaias", "pântanos", e todo tipo de parafernalha de guerra, fico perdido em meio a pensamentos, imaginando onde você poderia estar naquele exato momento, e fico em dúvidas, depois de tanto tempo separados, se ainda existe algo entre nós.
     Mas eu lhe prometo, não sei se você chegou a ler as outras cartas que lhe escrevi, mas até o próximo inverno a promessa dos generais é que a guerra finalmente abrande, e teremos tempo para ficar juntos. Rezo por isso todos os dias, porque o inverno é duro por esses lados, e o melhor lugar para se passar um tempo desses é ao seu lado, junto a cobertores de lã, e um belo odre de vinho.
     Espero que esteja pensando em mim, pois penso em você todos os dias. Cada inimigo em que passo a espada penso que é mais um passo para o fim dessa maldita guerra, que nunca parece ter fim, mas quando voltar, espero ter meu espaço em sua vida ainda vazio, para enfim completá-lo.

Abraços e carinhos,
R.T. Ross

domingo, 1 de abril de 2012

E lá se vai todas as verdades ou mentiras...

...eu realmente não preciso ver o amanhã
 Eu simplesmente não preciso provar nada a ninguém
Procurar um ideal quase no final
E desesperadamente, temos que fugir
Se estava certo ou errado, tanto faz

Olhe para o meu semblante
Acho que não mudei muito desde a última vez
Surrealismo, essa é a palavra certa
Pra definir os últimos dias
Um misto de sons, imagens
Pessoas que eu mal conheço o nome me chamando pelo meu
E me pedindo favores que eu só concederia aos meus melhores amigos

Portas se abrem, se fecham, e nenhuma luz vem me acender